quarta-feira, 18 de julho de 2018




Vinte e poucos anos e eu ainda estou na minha primeira graduação, visto que tranquei a anterior sem completá-la. No máximo conclui alguns cursinhos livres, com duração de meses.
Vinte e poucos anos e eu ainda não sou bilíngue, pois é, não domino o inglês, ou o espanhol, e que dirá falar japonês.
Vinte e poucos anos e eu ainda não tenho um cachorro sob minha responsabilidade. Até tenho bichos de estimação, mas quem cuida é a minha mãe.
Vinte e poucos anos e sim, eu ainda moro com meus pais. Ainda não comprei aquele apartamento dos sonhos, no qual eu poderei mobiliar e deixar com a minha cara. Tipo nerd chique.

Vinte e poucos anos e eu ainda não viajei o mundo, não conheço nem sequer Campos de Jordão, e olha que é ali do lado.
Vinte e poucos anos e ainda não estou no meu emprego dos sonhos, no qual me sentirei realizada e plenamente feliz, ou pelo menos, mais do que estou agora.
Vinte e poucos anos e ainda não sei tocar muito bem violão, e olha que tento aprender dês dos meus 19 anos.

Vinte e poucos anos e ainda tenho vergonha de cantar em público, considerando que minha voz seja razoavelmente boa para realizar tal façanha. The Voice? Nem pensar!
Vinte e poucos anos e eu ainda não sei cozinhar tipo aquelas pessoas que vão no Master chef, mal eu faço uma omelete, que às vezes sai boa e às vezes não.
Vinte e poucos anos e eu ainda não sou completamente estabilizada, emocional e sentimentalmente, sim, ainda me pego chorando do nada. E quando procuro o motivo, simplesmente não encontro.

Vinte e poucos anos e ainda não tenho tempo e nem dinheiro, para me dedicar ao que eu realmente gosto, não tenho tempo suficiente para os meus amigos, estou sempre respondendo as mensagens com pressa, às vezes sem nem ler exatamente o que escreveram. Qual é, não me julgue por isso, é difícil conseguir conciliar os estudos, amizades e a vida social.

Vinte e poucos anos e eu ainda não sou como àquelas mulheres sensacionais que saem nas revistas, lindas e bem-sucedidas. Que na verdade só servem para nos mostrar o quanto somos meras mortais, principalmente quando nossos namorados ficam babando por elas e esquecem até que estamos do lado. Como eu posso ser assim? No máximo sou esforçada, e sim, ou sou linda, só que a minha maneira. Afinal, autoestima e amor próprio é tudo, não é?

Vinte e poucos anos, e eu até curso uma graduação que eu posso dizer que gosto. Mas não se compara a ser uma cantora famosa, linda e rica. Ou até mesmo uma fotografa bem-sucedida, tipo aquelas que sambam na cara da sociedade. Diga-se de passagem, sem precisar acordar às seis da matina, com cara de derrota e ainda pegar o “trenzão” lotado!
Fora a parte de torcer para que ninguém te veja naquele estado deplorável. Até mesmo por que estragaria todo o seu look de final de semana, oras, algum dia da semana precisamos nos sentir poderosas e lindas, não é? Pena que o final de semana passa bem rápido, e eu volto para a rotina, ou seja, coque e zero maquiagem.

Vinte e poucos anos e eu ainda não sou, e nem sei o que quero realmente ser. Acredito estar no caminho, quem sabe? Acredito que chegarei lá? Tomara que sim. Mas aonde eu quero chegar? Bom, eu ainda tenho vinte e poucos anos...

Vinte e poucos anos e eu ainda estou na minha primeira graduação, visto que tranquei a anterior sem completá-la. No máximo conclui alg...